quarta-feira, 20 de maio de 2009

Inocentes – Discografia

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BIOGRAFIA.

O Inocentes nasceu em agosto de 1981, formado por três ex-membros do Condutores de Cadáver, banda punk que durou de 1979 a 81, Antônio Carlos Calegari, (guitarra), Marcelino Gonzales (bateria) e Clemente (baixo), este, o mais experiente, pois já havia tocado no Restos de Nada, uma das primeiras bandas punk paulistanas, que ajudou a fundar em 1978, junto com Douglas Viscaino. Os três chamaram o novato Maurício para assumir os vocais.Não demorou muito para o Inocentes se destacar na cena paulistana, e ser convidado, junto ao Cólera e ao Olho Seco, a participar da coletânea “Grito Suburbano”, o primeiro registro sonoro das bandas punks brasileiras, lançada pelo selo Punk Rock Discos em 1982.Com a explosão do movimento punk paulistano para todo o Brasil, o Inocentes conseguiu projeção nacional e se tornou um de seus porta-vozes. Um manifesto escrito por Clemente para a revista “Galery Around”, da onde saiu a frase “Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer”, causou o impacto de um soco no estômago. Eles viraram personagens do documentário em vídeo “Garotos do Subúrbio”, dirigido por Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”), e exibido no MASP em 1982, e do curta “Pânico em SP”, dirigido por Mário Dalcêndio Jr. No fim do mesmo ano, já com um novo vocalista, Ariel Uliana Jr., participam do antológico festival “O Começo do Fim do Mundo”, no SESC Pompéia, em São Paulo, que foi registrado ao vivo e lançado em disco no ano seguinte em forma de coletânea.Em 1983, fazem parte da invasão ao Rio de Janeiro por punks paulistanos, tocando no Circo Voador com sete bandas paulistas e mais Paralamas do Sucesso, de Brasília, e Coquetel Molotov, do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, entram em estúdio para gravar seu primeiro LP, “Miséria e Fome”, que tem dez de suas treze músicas censuradas e acaba virando o compacto “Miséria e Fome”, com apenas três faixas liberadas. Participam do média-metragem “Punks”, dirigido por Sarah Yakni e Alberto Gieco, e, no fim do ano, já em trio, com Clemente nos vocais, a banda acaba em pleno palco do Napalm, casa noturna precursora do Madame Satã. Eles estavam de saco cheio dos rumos que o movimento punk havia tomado, as brigas entre gangs aumentavam a cada dia, não havia mais shows, zines e gigs. Então, resolveram encerrar suas atividades. O Inocentes voltou um ano depois, 1984, com uma nova formação. Antônio Parlato, o Tonhão, na bateria, André Parlato no baixo, Ronaldo dos Passos na guitarra e Clemente nos vocais e guitarra. E também com uma nova proposta, um som mais próximo do pós-punk, e o objetivo de tocar além das fronteiras do movimento, com bandas como Patife Band, Ira!, Mercenárias, Voluntários da Pátria, Smack, 365, etc. O chamado Rock Paulista. Foram shows antológicos no Lira Paulistana, Zona Fantasma, Via Berlim, Rose Bom Bom e Circo Voador, no Rio de Janeiro, onde fizeram a abertura de um show da então já conhecidíssima Legião Urbana. Nesse mesmo ano, o “Grito Suburbano” é lançado na Alemanha com o nome de “Volks Grito”, pelo selo Vinyl Boogie, e a banda é incluída na coletânea “Life is Joke”, junto de bandas americanas, inglesas, espanholas, finlandesas, etc., lançada pelo selo Weird System também da Alemanha. Foram dois anos na estrada underground, até que, em 1986, Branco Mello, dos Titãs, leva uma demo deles para a Warner e finalmente eles são contratados por uma grande gravadora e lançam o mini-LP “Pânico em SP”, produzido por Branco e Pena Schmidth, tornando-se a primeira banda punk brasileira a gravar por uma multinacional. O disco causa o maior estardalhaço na mídia e a banda excursiona por todo o Brasil pela primeira vez. As vendas na Warner são boas, mas não são as esperadas pela gravadora. Apesar disso, a banda conquista respeito e público por todo o país.
O segundo disco pela multinacional sai no ano seguinte, 1987, e se chama “Adeus Carne”. Dessa vez é um LP produzido por Geraldo D’Arbilly e Pena Schmidth. E contém hits que martelaram as rádios rock, como “Pátria Amada”, “Tambores” e “Cidade Chumbo”. O show de lançamento, realizado no Center Norte, no estacionamento do shopping na zona norte de São Paulo, reúne mais de dez mil pessoas. Apesar de tudo isso, a gravadora deixa a banda de lado por considera-la “difícil” de trabalhar. O terceiro disco pela Warner só vem em 1989, produzido por Roberto Frejat, do Barão Vermelho. É um disco um tanto confuso, desde a capa, onde a banda aparece nua e algemada, até o conteúdo, uma mistura de rock’n’roll, punk, rap e sei lá mais o quê. Tudo isso é resultado da pressão exercida pela gravadora em cima da banda. Não que o disco seja ruim – contém clássicos como “A Face de Deus” e “O Homem que bebia demais” –, mas o clima dentro da banda esquenta, tornando-se insuportável. A capa foi o resultado de uma tentativa da banda em persuadir a gravadora a não colocar os quatro na capa novamente, mas eles adoraram a foto e ela acabou saindo assim mesmo. As gravações foram um tanto tumultuadas e a banda preferia esquecer os shows de lançamento em São Paulo e no Rio. O resultado de toda essa confusão foi a saída de Tonhão e de André Parlato, substituídos por César Romaro, na bateria, e Mingau, no baixo, e por fim a saída da banda da Warner.O início dos anos 90 foram terríveis. Sem gravadora, o Inocentes ainda teve de aturar uma terrível onda de cover que assolou o país. Foram anos difíceis, com poucos shows e pouca grana. A banda, traumatizada, tomava rumos cada vez mais distantes do punk rock que a consagrou. Em 1991, uma demo com a música “O Homem Negro” chegou à rádio 89Fm e tocou sem parar. A música, uma mistura certeira entre punk, rap e rock, conquistou novos fãs e abriu novos horizontes para a banda, que, em 1992, lança um disco quase acústico, o “Estilhaços”, pelo selo Cameratti. Pela primeira vez a banda freqüenta o circuito de shows da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, fazendo vários shows gratuitos em casas de cultura pela periferia da cidade. A faixa “Faminto” toca sem parar nas rádios rock e a banda volta a excursionar.
Em 1994, o peso das guitarras começa a voltar no novo trabalho que se chama “Subterrâneos” e é lançado pela gravadora Eldorado. A banda participa do curta-metragem “Opressão”, de Mirella Martinelli, onde interpreta a si mesma e Clemente é assassinado em pleno palco por um bando de skins nazistas. O filme ganha vários prêmios pelo mundo. Clemente grava com Thayde e DJ Hum, uma versão de “Pânico em SP” que acaba mudando a letra e o nome para “Testemunha Ocular”. A música faz parte da coletânea “No Majors Baby”, produzida por Marcel Plasse para a gravadora Paradoxx, e é a primeira colaboração oficial entre músicos de rock e rap em São Paulo. O Inocentes faz o show de abertura da apresentação que os Ramones fizeram no Olímpia, em São Paulo. Foram três dias de pancadaria, com Calegari voltando a banda, desta vez assumindo baixo no lugar de Mingau, que foi tocar com Dinho Ouro Preto. Os shows tiveram uma grande repercussão e, quando a banda se preparava para gravar um novo CD, veio outro baque: saem César Romaro e Calegari. Sem pestanejar, Ronaldo convoca Nonô, baterista do Full Range, e Clemente chama um velho amigo para assumir o baixo, Anselmo Guarde (ex-vocalista do SP Caos e ex-baixista do Viúva Velvet e do Fogo Cruzado). Com essa formação, no fim de 1995, a banda entra em estúdio para gravar seu novo álbum, “Ruas”, que foi lançado no ano seguinte, 1996, pela gravadora Paradoxx. O novo disco retoma a pegada punk. A banda toca no primeiro Close-up Planet com Sex Pistols, Bad Religion, Silver Chair e Marky Ramone, que elogia a banda, o show, o novo disco e acaba amigo dos Inocentes, dividindo vários shows pelo interior. A apresentação no Close-up repercute bem e os Inocentes caem na estrada, chegando até Recife, onde se apresentam no Abril pro Rock de 1997.No ano seguinte, 1998, eles entram em estúdio de novo para gravar “Embalado a Vácuo”, seu novo trabalho. O álbum chega a ser lançado pela Paradoxx, que o vende para a poderosa Abril Music, que o relança, em 1999, com capa nova e dois bonus tracks. A música “Cala a Boca” invade as rádios rock, e chega a ficar dois meses em primeiro lugar na rádio Brasil 2000, sendo só desbancada pelo Kiss, que desembarca no Brasil para um show no autódromo de Interlagos. A banda não deixa barato e faz sua parte, realizando dois shows memoráveis, um com o Ultraje a Rigor, na USP, e outro com o Ira!, no SESC Itaquera, reunindo mais de dez mil pessoas por show. O banho de água fria foi a chegada de Marcos Maynard, novo presidente da Abril Music, que simplesmente colocou a banda em escanteio. Foi um baque. O Inocentes ainda chegou a gravar, já em clima de despedida, o disco “O Barulho dos Inocentes”, produzido por Clemente e Rafael Ramos, com versões de várias canções punks nacionais que a banda gostava. Chegaram a fazer uma versão sofrível para “I Wanna Be yor Boy Friend”, dos Ramones, aliás, uma versão sobre encomenda para a gravadora que encheu o saco da banda. Pena que uma versão matadora para “Should a stay or shout i go”, do Clash, não foi liberada a tempo e acabou não saindo no disco, que simplesmente foi jogado fora pela gravadora. Ou seja, o ano de 2000 não existiu.Em janeiro de 2001, já fora da Abril, que, aliás, faliu, o Inocentes finalmente grava um disco ao vivo, no SESC Pompéia, em São Paulo.
O “20 anos ao Vivo” é licenciado para o selo RDS, e não tem nenhuma correção posterior em estúdio. É um ao vivo ao vivo mesmo. Eles ainda fizeram o show de abertura do Bad Religion no Credicard Hall, e simplesmente destruíram. Todos estavam animadíssimos, mas, como não poderia deixar de ser, há um novo baque: Ronaldo dos Passos resolve deixar a banda após quase 20 anos de estrada, alegando problemas pessoais. Ele é o cara que estava havia mais tempo na banda depois de Clemente. Todo mundo ficou esperando o cara na passagem de som de um show no Woodstock, casa noturna em São Paulo. Ligavam para casa do Ronaldo e ninguém sabia onde ele estava. Simplesmente ele não apareceu, e a banda foi obrigada a fazer o show em trio, assim como fizeram os três shows seguintes. Um deles foi o primeiro que a banda fez em Maceió, no festival “Acendedor de Candeeiros”. Quando a banda participa do versão paulista do Abril pro Rock, no SESC Pompéia, já está com André Fonseca (Okotô) nas guitarras. Começam tempos difíceis. Nonô sai da banda e três bateristas passam por ela: Rodrigo Cerqueira (ex-Skuba), Calabreza (Okotô) e Edgard Avian (ex-Gritando HC). Os Inocentes ainda participam do “Bananada”, em Goiânia e das “Noites do Sr. F”, em Brasília, enquanto vai preparando um novo CD.Foram seis meses no estúdio, compondo e ensaiando. No fim de todo esse tempo, eles só tinham quatro músicas prontas. Clemente é admirador do André desde a época em que ele tocava no Patife Band, mas os processos de composição não batiam, e é difícil assumir isso para um amigo.Ronaldo foi tocar com o Kid Vinil no Magazine, e mais umas outras bandas sem expressão. Já estava separado de sua mulher e louco para voltar a estrada, quando encontrou Clemente em uma balada. Rolou a velha química e a dupla voltou à ativa. Com a saída de André Fonseca, saiu também o baterista Edgard, e em seu lugar foi convocado Frederico Ciociola, o Fred. A banda fechou com o lendário selo Ataque Frontal e, em dois meses, compôs e gravou “Labirinto”, produzido pela própria banda e gravado no estúdio Nimbus. A primeira prensagem esgotou em menos de uma semana e a música “Travado” começa a ser executada nas rádios. Bem… daí pra frente, a história ainda tem que ser feita.

Álbuns.

Revisados em 01/05/09.

Senha para todos os álbuns: lagrimapsicodelica

Pânico em SP – 1986.

1 Rotina
2 Ele Disse Não
3 Não Acordem a Cidade
4 El Salvador
5 Expresso Oriente
6 Pânico em SP

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Adeus Carne – 1987.

1 Patria Amada
2 Eu
3 Morrer aos 18
4 Não Sei Quem Sou
5 Tambores
6 Não é Permitido
7 Em Pedaços
8 Cidade Chumbo
9 Na Sarjeta
10 Pesadelo

11 Adeus Carne

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Miséria e Fome – 1988.

1 Miséria e Fome
2 Morte Nuclear
3 Aprendi a Odiar
4 Calado
5 Não à Religião
6 (Salvem) El Salvador
7 Torturas, Medo e Repressão
8 Não Diga Não
9 Vida Submissa
10 Meninos do Brasil
11 Maldita Polícia

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Inocentes – 1989.

1 Animal Urbano
2 Mais Um na Multidão
3 A Face de Deus
4 Promessas
5 A Lei do Cão
6 O Homem que Bebia Demais
7 Nosso Tempo
8 Marcha das Máquinas
9 A Voz do Morro
10 Garotos do Subúrbio

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Estilhaços – 1992.

1 Em Chamas
2 O Homem Negro
3 Sangue Ruim
4 O Estranho
5 Faminto
6 Deixa Prá Lá
7 A Noite Dorme Lá Fora
8 Estilhaços
9 Anjos
10 A Face de Deus

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Subterrâneos – 1994.

1 Subterrâneos
2 O Mal
3 Inimigo
4 Ninguém
5 Espectro
6 Desequilibrio
7 Pois Que Seja Assim
8 Tudo Bem
9 Nesse Meu Olhar
10 Canção Para Esquecer

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Ruas – 1997.

1 A Cidade Não Pára
2 Nada de Novo no Front
3 Sem Valor
4 Nunca Diga Jamais
5 Vermes
6 Só a Raiva Vai nos Salvar
7 Sob o Sol de 40 Graus
8 Garras
9 Intolerância
10 Escombros
11 Ignorado
12 Fios Elétricos

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Embalado à Vácuo – 1999.

1 Lisa
2 Cala a Boca
3 Nem Sempre
4 De Bar em Bar
5 Minta pra Mim
6 Um Cara Qualquer
7 Nem Tudo Volta
8 A Lei
9 Nada Pode nos Deter
10 O Impossível
11 Vícios
12 Teddy Blues
13 Fechem os Olhos dos Jornais

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Garotos do Subúrbio – 1999.

1 Rotina
2 Ele Disse Não
3 Não Acordem a Cidade
4 El Salvador
5 Expresso Oriente
6 Pânico em SP
7 Não é Permitido
8 Mais um Dia
9 Terceiro Mundo
10 Liberdade Condicional
11 Mais Um na Multidão
12 Miséria e Fome
13 Eu Não Quero
14 Garotos do Subúrbio

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O Barulho dos Inocentes – 2000.

1 São Paulo
2 Nos Braços da Vampira
3 Franzino Costela
4 Quero Ser Seu Namorado (I Wanna be Your Boyfriend)
5 Sandina
6 Sinto
7 Quanto Vale a Liberdade
8 Periferia
9 Restos de Nada
10 Desequilibrio
11 Sujos e Bêbados
12 Inimizade
13 Repeat (Please)
14 O Verme

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Labirinto – 2004.

1 Amanha Será Tarde Demais
2 Travado
3 Nojo
4 Não Vai Ficar Assim
5 Fúria
6 Uscaraéfoda
7 Nada A Perder
8 Estraga
9 100 X 100
10 Treze
11 Tenho Mêdo
12 Nóia
13 Underground
14 25 Segundos De Silêncio
15 Decomposição

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Fonte dos links: Lagrima Psicodelica.

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